CONFORTO
O marco da nova Era.
Desde o início da pandemia,
com a implementação simultânea das inúmeras medidas restritivas em vários
países, comecei a me perguntar qual seria o evento marcante dessa nova Era.
Agora, que os governos
começaram os procedimentos de reabertura social, podemos observar alguns traços
marcantes, independentemente da cultura – todos eles atrelados ao conforto.
Na moda, ressurgiram as
papetes, os calçados com aspecto fofinho, os saltos baixos, os vestidos largos,
conjuntos com aspecto de pijamas. A preferência por materiais mais naturais
ficou evidente: linho, algodão, madeira, sisal, juta.
Na arquitetura, todos parecem
querer valorizar a luz externa, as transparências, os janelões. A ausência de
acesso aos ambientes externos, provocou um incentivo ao uso de plantas na
decoração das residências.
Mesmo em áreas mais sisudas, a
exemplo da jurídica, tem ocorrido essa influência dos novos tempos, que pode
ser observada em um grande movimento de advocacia humanizada, contratos com
recursos visuais, desenhos coloridos e simplicidade linguística.
Com tanta gente trabalhando em
casa, as fábricas de móveis se viram obrigadas a investir em anatomia, fazendo
surgir maravilhosas soluções criativas para reunir conforto e funcionalidade.
Desde os primeiros meses, a
palavra conforto começou a liderar. Mas a pergunta continuava martelando em
minha cabeça: qual seria o marco, o acontecimento capaz de ser apontado no
futuro, como um resumo dessa época? Parece que finalmente o temos.
Ha quatro dias, uma companhia aérea
ucraniana anunciou algo inédito: suas comissárias de bordo agora usam como
farda um conjunto confortável de calça e blazer, tênis brancos condizentes com
a profissão, lenços largos. Os homens também receberão um conjunto de tênis,
além de ternos mais leves.
Essa profissão sempre aparece
em demandas internacionais, nas quais frequentemente as companhias são
condenadas por obrigarem as moças a usarem maquiagem, roupas e sapatos
prejudiciais à saúde, ou por promoverem uma imagem extremamente sexualizada de
suas empregadas.
Uma profissão cercada de tanto mito e glamour, ceder ao conforto dessa forma, realmente é um marco da nossa época. Em pouco tempo as outras companhias seguirão o exemplo. Aguardemos.
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