ESPECIALISTAS - UMA DAS PIORES CHAGAS BRASILEIRAS
Haja tolerância para com agressões a nossa inteligência e integridade!
Caro leitor, prezada leitora, a minha tolerância para com
o que “especialistas” dizem é a mínima necessária para que eu não infrinja o
núcleo do pluralismo, fundamento da republiqueta federativa tupiniquim
(CF,1.°,V). Por quê? Antes: o que denota um “especialista“? Três evidências
darão a você elementos para identificar um deles e ter a opção de ignorá-los.
Faço um contraponto com o Especialista (“E” maiúsculo; palavra sem aspas).
1) Primeiramente e o mais importante: o
Especialista respeita você, a sociedade, o país, porque
a honestidade intelectual é valor inegociável e irrenunciável para
ele. É valor inerente à sua integridade de caráter. Por isso, ele,
Especialista, é incapaz de defender algo, caso não consiga coerentemente
rebater TODAS as objeções levantadas pelos que eventualmente
identifiquem falhas na sua argumentação. Há falhas sempre que a opinião
causar sensações de injustiça, de impunidade, de incoerência.
Os leigos talvez não saibam explicar o motivo do
surgimento dessas sensações horríveis; é simples. Elas aparecem repentinamente
toda vez que um “especialista” com poder decisório ou de influência abre a boca
retoricamente ou gasta a tinta da montblanc com pompas de autoridade, para dar
“a solução” que prevalecerá, mas que não tenha na sua fundamentação respostas
claras às questões que sinalizem ou demonstrem a inadequação social ou jurídica,
ou mesmo a aberração, do que foi decidido.
Exemplo. Adélio quase matou Bolsonaro. Álibi forjado na
Câmara dos Deputados. “Adevogados” caríssimos apareceram “do nada” para
defendê-lo, após serem pagos em dinheiro por alguém oculto. Recusam-se a dizer
quem os pagou. Telefones apreendidos para serem periciados pela Polícia
Federal. OAB não gostou; sigilo contratual tem mais valor para o “direito“, do
que a “descoberta do mandante de um crime hediondo de homicídio qualificado e
atentado contra a segurança nacional”. Pediu ao TRF1 para impedir o “adevogado
coitadinho” de ter sua “prerrogativa” violada. O desembargador do TRF1 ficou
comovido e concedeu-lhe a tutela. Que se danem as investigações do crime; às
favas o Presidente e sua ansiedade por ver o delinquente condenado e punido!
Ainda: se o dinheiro dos honorários advém de fonte ilícita, está “valendo“,
pois, na republiqueta das bananas, “adevogado” é legitimamente lavador de
dinheiro, penalmente irresponsável e inimputável por aceitar dinheiro sujo pelo
“serviço profissional” prestado. Intuitiva a quase certa cumplicidade do
Judiciário com a obstrução da Justiça. Paradoxo tido por “normal” por
“especialistas“.
2) Especialista persuade e leva
ao autoconvencimento as pessoas pelo poder de sua argumentação
sistematicamente coerente e empiricamente embasada. Move-se
pelo altruísmo, pelo senso de
contribuição à coletividade, pela motivação para gerar
valor, sempre em busca de um mundo melhor.
“Especialista” não persuade; usa
de ironias, sarcasmos, indignações
fingidas ou baseadas em vitimizações favoráveis à
massificação de sua ideologia crônica. Ganha no grito
histriônico apenas em razão da força intimidatória da autoridade
que exerce. “PhD” em argumentos especulativos, principiológicos,
generalistas. Se for ministro, basta um “inqueritozinho” para coagir terceiros
ao “convencimento” do “acerto” da decisão que tomou, além de literalmente
tentar silenciar os cidadãos de bem compreensivelmente revoltados
com picaretagens institucionalizadas, arbitrariamente nominados de
“milícias virtuais“.
Caso seja “professor” de faculdade ou “jurista” de
academia, só chamar o estudante na chincha, ameaçando-o de reprovação, ou
censurar temas de dissertações de mestrado, teses de doutorado, ou, inclusive,
fechar as portas de editoras e revistas especializadas para publicação de
artigos ou obras independentes de autoria dos discordantes “abusados“.
3) Especialista é desapegado ao conhecimento;
está aberto a mudar de posicionamento a qualquer momento, bastando
que não seja capaz de eliminar alguma objeção apresentada que tenha mostrado a
incoerência da sua convicção inicial. Sabe que a verdadeira interpretação
inadmite argumentação omissa.
Por outro lado, “especialista” é
essencialmente manipulador: seleciona o contexto a
dedo. Despreza circunstâncias
relevantes; racionaliza retórica ou especulativamente em torno das
objeções; generaliza inadequadamente; distorce informações,
desviando o foco para aquilo que convém à sua opinião. Vale-se sobretudo
do status de autoridade e da desqualificação das críticas
ou dos críticos.
Por exemplo, os adversários das teses “bandidólatras” –
que “especialistas” amam e classificam em causa própria como sendo
“garantidoras de direitos fundamentais” dos meliantes – são acusados de “serem
vingativos“, “antidemocratas“, “não terem conhecimento“, “quererem ‘violar’ a
Constituição“, e por aí vai.
Mas, com a “especialização” e “conhecimento” que possuem,
jamais encaram objetivamente algumas “questõeszinhas” básicas e que escancaram
as feridas de suas teorias falaciosas e que adoram “invalidar” medidas duras
contra criminosos!
Não ousam responder perguntas “incômodas“, por covardia
moral ou apoio intencional ao “direito” do país da jabuticaba do “quanto mais
bandidólatra, mais dinheiro no bolso, e que se exploda a pretensão popular de
efetividade do Direito“, tal como esta: “Se o marginal praticou o crime
voluntariamente, sem justificativas ou excludentes de culpabilidade, e sabendo
da proibição da conduta criminosa e das consequências penais que o
aguardavam (CF,5.º,II; LINDB,3.º; CP,21), por que puni-lo
exemplarmente, com penas altas e regime rigoroso, seria “atentar” contra a sua
“dignidade”? A dignidade da vítima ou dos membros de sua família não é
espezinhada quando o marginal fica impune, tem o cumprimento da pena
irracionalmente retardado, ou é hipocritamente punido com 1/6 do que deveria?
Por que o legislador não pode fixar as penas e os modos de cumprimento, como
autorizado na Constituição (CF,5.º,XXXIX; 22,I)?”
Em suma, Especialista é quem não o obriga a
pensar como ele, aceita e escuta divergências, refletindo a
respeito, mantendo, aperfeiçoando ou modificando o que entende ser
correto. “Especialista“, presumidamente, tem caráter deturpado;
é arrogante, presunçoso, hipócrita, “dono da verdade“. Olha tão
só para o próprio umbigo. O egocentrismo e a necessidade
permanente de reconhecimento e aplausos são a tônica, esteja ou não
consciente disso.
Conclusão. Peço a sua permissão, leitor, leitora, para o
aconselhar. Fique à vontade para me ignorar. Mas deixo-lhe de coração uma
sugestão: desenvolva sua autoconfiança, ao ponto de ter a coragem de
enfrentar os “especialistas” nos argumentos. Tenha certeza: se você é
bem-alfabetizado, intelectualmente honesto e porta conhecimento
essencial sobre o tema, irá colocá-los “no bolso“. Minha certeza: esse
“tumor” futuramente será extirpado e o Brasil ficará “curado” lá na frente, por
merecimento das gerações mais jovens e das que em breve nascerão. A Lei da
Impermanência é implacável e não me permite duvidar do fim premente do
caos vigente e da iminência do início do ciclo duradouro de prosperidade do
Brasil.
Renato Rodrigues Gomes
Mestre em Direito Público (UERJ)
(Ex-)oficial da Marinha do Brasil (EN93)
Escritor (autor da trilogia "Conscientização Jurídica e Política" e do "Desmistificando a Falácia da Presunção de Inocência")
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