DE VOLTA PRA CASA
Na última
coluna, prometi contar para vocês sobre meu retorno de Dubai. Como cumpro as
minhas promessas (coisa cada vez mais rara, entre as pessoas, nos dias de
hoje), segue meu relato de retorno.
Nossa volta ao Brasil foi tão
conturbada, quanto havia sido a ida. Teste de covid realizado em um posto do
Health of Dubai, órgão que controla e monitora toda a vida das pessoas por lá,
desde o início da pandemia.
Para vocês terem uma idéia do
alcance dessa instituição, muito similar aos órgãos de controle que têm surgido
na China, tenho uma amiga que reside em Dubai, trabalhando como guia de
turismo, oficialmente cadastrada. A mãe e o filho desta testaram positivo para
covid, após realizarem um exame, em um desses postos.
Pois bem, minha amiga ficou impedida
de sair de casa e de trabalhar, em quarentena monitorada, por 14 dias. Sequer
pude ir à casa dela, não nos encontramos durante minha estadia na cidade. Assim
funcionam as coisas por lá, em tempos de histeria. Há, inclusive, multas e
punições pesadíssimas, para quem descumpre as regras.
Eu e meu filho fizemos o exame, que
por graça divina deu negativo. No dia seguinte, imprimimos o resultado no
hotel, e começamos a nossa odisséia às quatro da manhã, no aeroporto Internacional
de Dubai. Muita fila, exibição de testes, certificados de vacina, formulários,
QR code... entramos no vôo finalmente, para voltar para casa.
Chegar em casa, após uma viagem
longa, é sempre um teste de paciência. Volta-se exausto do vôo e encontra-se
todos os problemas à espera, ansiosos para te receberem! Não foi diferente
comigo. Some-se a isso um fuso horário com diferença de sete horas, e o
metabolismo todo descompensado pela alimentação desregrada... voltar pra rotina
está sendo difícil e desafiador.
Nesses momentos, aprendi a recorrer
a algumas estratégias, as quais muito me ajudam e reequilibram. Fazer uma boa
massagem. Socorrer-me de chás e de uma alimentação balanceada. Fazer exercício
físico. E deixar que o corpo e a vida sigam seu fluxo e entrem no ritmo
natural.
Sobretudo, quando há mil coisas para resolver e decidir na
chegada, já que os problemas não tiram férias, é necessário saber eleger
prioridades, focar no que é mais importante, organizar as tarefas, enquanto
vamos nos ambientando de volta.
Quem me conhece sabe que sou fascinada pela astrologia, pelo movimento dos astros e a sua influência em nossas vidas, pelos elementos da natureza- água, fogo, terra e ar- que se comunicam diretamente com os 12 signos do zodíaco e com os 4 tipos de temperamentos humanos, pelas camadas da personalidade (teoria criada pelo professor Olavo de Carvalho) ...
Mais recentemente, interessei-me pela medicina ayrvédica, com
seus chás, suas massagens, seus rituais e seus benefícios múltiplos, por ser
uma ciência que compreende que o corpo e a mente estão diretamente conectados. Tudo
isso porque, depois que comecei a estudar filosofia, passei a compreender o
homem como um ser integral, cujas ações e reações não estão deconectadas de seu
intelecto. O homem é o único ser vivo que possui vontade, podendo mudar o curso
da sua vida, as suas escolhas e o seu modo de ser.
Por isso mesmo, o homem sofre, diretamente, os efeitos de
seus pensamentos, de suas aflições e angústias, de forma que é possível
enxergar, claramente, que a forma como você conduz a sua mente, pode
desencadear reações em seu corpo, as quais podem ser benéficas e prazerosas, ou
danosas, gerando inflamações, doenças crônicas, dores e desconfortos sem fim.
Por conta disso, a ayurveda ensina as pessoas a se
observarem, avaliando o desequilíbrio corporal, por meio de sinais, efeitos e
reações, possibilitando, assim, um tratamento adequado e resultados
surpreendentes.
No mundo veloz e instantâneo em que vivemos, há sempre um
remédio para tudo. E, por conta da milionária indústria farmacêutica, e da
proliferação de drogarias a cada metro quadrado, tudo é medicado. Não se busca
descobrir o porquê do sintoma, mas, tão somente, atacar a consequência. Essa
hiper medicação acaba gerando novos problemas de saúde, os quais são efeitos
colaterais do uso contínuo de determinada substância química. Tudo isso é muito
fácil de ser compreendido, mas difícil de ser aplicado, na prática. Afinal,
quem quer ficar com dor de cabeça? É muito mais fácil tomar um comprimido !
E aí entra a ayurveda. Ensinando a prestar atenção nos sinais
que seu corpo emite, da mesma forma que devemos prestar atenção nos sinais que
a vida nos traz. Porque esses sinais são o jeito que Deus encontra, de
comunicar-se conosco. Os sinais do corpo são o modo mais eficaz, para
percebermos o que anda errado conosco.
Por isso, nessa minha chegada, eu fiz um spa doméstico, me
enchi de chás, massagens, alimentos saudáveis e líquidos (Nesse calor senegalêsco).
Aos poucos, meu corpo e minha vida voltam ao normal. Quanto aos problemas...
Ah, esses fazem parte da vida, é preciso conviver com eles, na certeza de que
tudo passa, e que o importante é não se deixar paralisar.
Um maravilhoso finalzinho de férias para os que estiveram,
assim como eu, off do trabalho ou dos estudos. E uma excelente continuação de
jornada para os muitos que, assim como meu maravilhoso editor, não puderam
parar, pois alguém precisa fazer o trabalho pesado!!!
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