CAMINHO DE FOGO CRUZADO
Homenagem às vítimas da covardia
Hoje prestarei uma discreta
homenagem, aos confrades tombados durante a peste dos nossos tempos – leia-se:
durante a peste, durante as campanhas da v@Ch1n# experimental e seus efeitos, durante
os ataques à soberania nacional de todo e qualquer estado “inimigo” dos
interesses daquela que se diz a guardiã da paz mundial (0rg@nizaça0 Mund1al das
N@ç0es Un1d@s), durante o g3n0C1dio deliberado provocado por falta de socorro
ou excesso dele, durante o confinamento prolongado que desencadeou ondas de suicídios
em tantos lugares, durante a crise econômica que está por vir, durante o
experimento social planetário ao qual a humanidade tem sido submetida nos últimos
anos. Enfim, uma muito discreta homenagem às vítimas da covardia presente em nossos
tempos.
Em 1929, Simon Lefter –
provavelmente um cidadão romeno – compôs uma belíssima canção chamada Imnul
Legionarilor Cazuti, dedicada à memória de um legionário morto por inimigos.
Rapidamente ela se tornou popular entre os russos e os ucranianos, se
espalhando por todo o leste europeu, através dos corais masculinos.
Os solistas de baixo profundo,
mais comuns no Leste, enxergaram na Imnul Legionarilor Cazuti uma
melodia perfeita para demonstrar os seus dotes vocais, sem provocar
estranhamento aos ouvintes menos acostumados ao estilo.
A temática do guerreiro caído,
cuja memória é honrada eternamente por seus companheiros, guarda uma relação
estreita com os maiores acontecimentos do início do século XX. O continente
europeu enfrentava inúmeras guerras civis, uma guerra mundial, atentados
frequentes, instabilidades políticas e econômicas. Os impérios Otomano,
Austro-húngaro e Russo sofriam desmanches, enquanto outros estados menores
alternavam-se entre monarquias e repúblicas, sucessivas vezes.
Muitos eflúvios sociais e políticos
do período napoleônico ainda estavam presentes e a França parecia bailar com
uma chance real de restauração monárquica, enquanto várias casas reais se digladiavam
– figuradamente ou literalmente.