SEM MERITOCRACIA:
Sem democracia...
Nada supera o talento.
Antiga propaganda
da Escola Superior
de Propaganda e
Marketing
Estou assistindo “Entre Lobos” do Brasil Paralelo. Fantástico (de verdade, não como aquele que é
só no nome), recomendo, mas esse não é o assunto de hoje. Algo que eu soube há pouco merece uma crônica
imediata. Incrível o que fizeram com meu
amigo. Preciso falar: não conseguiria
dormir sem expressar essa revolta de alguma forma.
Você já viu a Capela Sistina?
Imagina o seguinte, se em lugar de escolher o melhor de todos (aquele
que chegam a chamar de “O Divino”), em vez de considerar as habilidades do
artista, a excelência de seu trabalho, Julio II pensasse: tem florentino demais
na arte, isso é opressivo. Precisamos
escolher alguém que não seja da Toscana e nem tenha estudado lá.
E você torce pra que time? Imagina que você é o técnico desse time do
coração. Você vai barrar o artilheiro do
campeonato pra dar chance a outros, só porque até então ainda não tinham sido
escalados?
Curte Rock and Roll? Puxando a brasa pra minha sardinha – sou baterista – você acha que Led Zeppelin, Rush e The Who seriam o que foram se tivessem dispensado Bonham, Peart e Moon?
Talento, força de vontade e obstinação não são privilégio deste ou
daquele grupo. Na arte, no esporte e na
música, por exemplo, encontramos profissionais e destaques de todas as
origens. Fui Oficial do Exército e vi
indicados para engajamento, curso de Cabo e Sargento Temporário de todas as origens. Nas Agulhas Negras, tive colegas que recebiam
aquele soldo baixinho e mandavam quase tudo para ajudar os pais. Sei que na ESA também era assim. Quem passou por lá, quem conhece o povo
brasileiro de perto, conhece esses casos.
Tinham entrado por concurso competindo com gente que fizera cursinhos
caros.
Vilanizar o mérito nada resolve. Significa
deixar de investir em aperfeiçoar quem não tem certas oportunidades e tentar
criar dependência, fingindo resolver.
Meu amigo Bernardo, esta semana, criticou duramente uma baboseira que não tinha mérito
para ser matéria de jornal, mas estava ali: “Por que chegar em último lugar
em competições esportivas faz bem para o corpo e a mente”, assim mesmo, sem
pontuação ao final: mais demérito ainda...
Ah, chega!!! Nem escrever bem eu
consigo hoje diante da injustiça que fizeram com outro amigo, aquele lá do
início. Esta crônica está tão ruim que vou
parar pra não parecer que o Tribuna Diária escolhe seus colunistas por
critérios não meritocráticos. Estou
aparvalhado, deprimido, chocado, sem esperança no futuro porque sei que vai
piorar. E sem meritocracia, que
critérios usarão? E esses critérios
valerão pra todos os que os atendem ou só pra quem segue a ideologia? Pros que protestarem: o artigo 58 do código
penal stalinista, aplicado por analogia?
E a Democracia? Ah, vão por nos
nomes das coisas, tipo a República “Democrática”Alemã...
Lamento, amigo! A única coisa que
me consola é que eles não tinham mérito pra ter você!
Do Led Zepellin, só têm o
chumbo, e não decolam.
Do Rush, somente a pressa
em afastar a meritocracia.
The Who: apenas como pergunta, porque... são quem
mesmo???
“um dos projetos mais ambiciosos da esquerda é destruir
tudo que se relacione ao mérito, à individualidade e à individuação do ser
humano. O destaque pessoal é corrompido
e transformado em opressão e humilhação”.
Bernardo Guimarães Ribeiro comentando a tal “matéria jornalística”
P.S. Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados:
Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas
(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)