IDEOLOGIA : eu quero uma pra... morrer...
A Ideologia, a Experiência e a Confissão.
“Não
se pode fazer experiência ideológica no campo da segurança pública, pois isso
faz do cidadão a cobaia; e, quando a experiência falha, é essa cobaia, o
cidadão que morre.” Fabrício Rebelo.[1]
Quem acompanha minhas
crônicas sabe que costumo examinar as análises, sempre enviesadas, feitas pela
ONG (organização não governamental) Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(doravante chamada FBSP) seja no Atlas da Violência, seja no Anuário Brasileiro
de Segurança Pública.
Quero fazer anotações, nesta crônica, do recente
lançamento da FBSP: “Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018-2022 Especial
Eleições 2022[2]”.
Antes, porém, conveniente sempre recordar aos leitores quem é essa ONG. Fundada em 2006 com o claro objetivo de interferir na formação de política pública sobre segurança e na atividade policial. Cinicamente, dizendo: “sendo um espaço neutro no que toca a política partidária”, e possuindo, desde a fundação, parcerias estabelecidas: “com o apoio da Fundação Ford, da Open Society Foundation e da Fundação Tinker, entre outras instituições”, como consta no tópico “história” da sua homepage[3].
Quanto às parcerias é importante destacar a ONG Open Society – de George Soros – como
sabido sua visão de segurança pública é inteiramente “progressista”. Defende
desarmamento civil, aborto, desencarceramento em massa e, claro, com tais
pautas não poderia deixar de ser, é antipolícia.
A FBSP é patrocinada por essa ONG internacional. Como provado, em matéria da Gazeta do Povo, de autoria do repórter Gabriel de Arruda Castro intitulada: “quem George Soros patrocina no Brasil[4]”, onde foram analisadas as doações da entidade, só no período entre 2016-2019 a FBSP recebeu mais de 01 milhão de dólares. Várias outras ONGs brasileiras que dizem lutar pela sociedade e a segurança pública brasileira, igualmente, recebem régio patrocínio da Open Society.
Perguntas
fundamentais, quando uma ONG recebe mais de 01 milhão de dólares de uma
entidade internacional. Qual sua preocupação? Qual ideologia irá servir? Estará
preocupada com a criminalidade brasileira e em incentivar políticas públicas
que a combatam ou em fazer análises apartadas da realidade visando atender à
ideologia de quem a paga!...
Segundo
o repórter além das ONGs, são pagas quantias para vários pesquisadores
individuais, os quais, porém, não constam da relação constante da matéria,
vejam a tabela:
Organização |
Total (2016-2019) |
Associação
Direitos Humanos em Rede (Conectas) |
US$
2.339.000 |
Instituto
Sou da Paz |
US$
1.856.000 |
Instituto
Igarapé |
US$
1.535.847 |
Nossas
Cidades |
US$
1.197.482 |
INESC-Instituto
de Estudos Socioeconômicos |
US$
1.132.864 |
Instituto
de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) |
US$
1.103.595 |
Fórum
Brasileiro de Segurança Pública |
US$
1.047.915 |
Baobá
– Fundo para Equidade Racial |
US$
999.995 |
Anistia
Internacional Brasil |
US$
975.000 |
Associação
Artigo 19 Brasil |
US$
840.000 |
Total
Geral |
US$
32.690.212 |
Com
certeza quem está lendo estas mal traçadas linhas já ouviu falar de várias
destas ONGs, sempre metidas em questões da segurança pública brasileira e com o
claro viés da defesa da bandidagem e demonização da polícia, dentre outras
teses espúrias que sempre vão de encontro ao desejo e a necessidade do povo
brasileiro.
Fazem,
como dito na epígrafe, no caso da organização não governamental FBSP, há mais
15 anos, experiência com o povo brasileiro ao orientar erroneamente as
políticas públicas de segurança com tal viés (rezemos para que em breve as
políticas públicas de segurança do Brasil, não mais considerem as análises desvirtuadas
destas ONGs). O fruto desse experimento macabro foi pago pelo povo que morreu
aos milhares, levando o Brasil a atingir índices dantescos de assassinatos e
outros crimes (mais de meio milhão de vítimas de homicídio no período).
Pior,
não querem parar o experimento – quiçá para não perder o lauto financiamento -,
pois embora o quadriênio 2018 – 2021 haja mostrado claramente a necessidade de
um enfrentamento mais proativo da criminalidade, ao invés de “conversas
cabulosas” com os bandidos, não dão o braço a torcer.
Pior,
além de desastrosamente influírem na segurança pública brasileira, nesta edição
especial do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, confessam, descaradamente,
quererem interferir na eleição brasileira. Não à toa dizem que a junção
de 04 anos de análise permite:
“um
olhar político dos desafios postos e, por conseguinte, podem ajudar
candidaturas em suas propostas de políticas públicas e, ao mesmo tempo,
eleitores dispostos a cotejar as promessas eleitorais com a realidade de seus
estados. Isso é ainda mais relevante em um momento histórico de relativização
das evidências científicas, radicalização político ideológica de matiz
antidemocrática e de fake news.[5]”
A
confissão, contrariando o que consta no histórico de fundação de “neutralidade
no tocante à política partidária”, é explícita, pois admitem na fl. 06 do
documento: “Isso
não significa neutralidade ante o que estamos descrevendo”.
Realmente, não significa e a frase exposta acima “relativização das evidências
científicas” deixa bem claro, pois sabemos que tem matiz “progressista”, para
quem o significado de “evidências científicas” é: “o que estou afirmando está
certo – embora baseado normalmente em argumento de autoridades e distorções
estatísticas - e não aceita estudos, análise ou opiniões em sentido contrário”.
Quem contesta “sua verdade” é Negacionista, radical antidemocrático e
propagador de Fake News...
O
escopo do presente texto não é analisar tópico por tópico, o que seria
impossível em um só, mas destaco alguns: apontam a existência de 53 ORCRIMs
(organizações criminosas) em atividade no País, admitem serem fortemente
armadas, principalmente, pelo tráfico de armas existente na imensa fronteira
brasileira e assumem, em várias passagens, que a grande maioria dos homicídios
– pelo mais variados motivos – são de responsabilidade de tais organizações.
Porém, seguem sustentando que não precisam ser enfrentadas – “a política de
enfrentamento é errônea”; “a guerra que a polícia inventa”, quando se sabe que
é ao contrário a Polícia reage às agressões dos marginais – ou devem ser
enfrentadas com meios alternativos, talvez, leitura, música, pombas e balões
brancos da paz etc...
Sabem que no quadriênio a criminalidade violenta e, principalmente, os homicídios diminuíram acentuadamente - rezemos para que continue e cheguemos a níveis cada vez menores de criminalidade no Brasil -, mas ao falarem no fenômeno DESENHAM expressamente de qual lado estão, para quem ainda não entendeu basta ler a frase de fl. 28: “O pico de homicídios no Brasil aconteceu em 2017 - 31 mortes a cada 100 mil habitantes. Mas desde 2018 há um declínio no número de mortes intencionais cometidas no Brasil, ou seja, este é um fenômeno anterior à eleição de Bolsonaro e por consequência, aos mais de 30 decretos que flexibilizam o acesso a armas e munições.”
Percebem,
a diminuição da criminalidade nada tem a ver com o atual governo, é totalmente
devida ao Governo de 2018 quando começou, claro aplicar essa “política
ideológica de raiz antidemocrática” de combate sério, ferrenho ao crime não
pode dar em nada!..
Na
mesma frase tentam tapar o sol com a peneira sobre o fato de que embora haja
aumentado, significativamente, o número de armas em posse da população civil as
mortes violentas não aumentaram. Os dados desmentem o método que há anos
utilizam – desde que perceberam a não diminuição após a entrada em vigor do
“Estatuto do Desarmamento” – que Fabrício, jocosamente, nomina “futurologia
estatística”[6]: “ruim com o estatuto vai
piorar sem ele... cada 1% de armas em circulação significa 2% de aumento na
criminalidade” e por
aí vai. Aliás, morreriam de fome como videntes, mas continuam em várias partes
do estudo fazendo estas previsões sem qualquer amparo científico. Pois o
aumento de circulação de armas legais não gera aumento de criminalidade,
o grande problema são as armas ilegais nas mãos da bandidagem, e este o
estatuto nunca resolveu...
Percebam,
tentam, desesperadamente se agarrar às pautas de quem lhe paga, proteção ao
narcotráfico; críticas à polícia – mesmo com a diminuição das mortes por
intervenção policial -; necessidade de desarmar a população civil; questões de
gênero – anotam acréscimo de crimes em situação de violência doméstica -,
embora admitam a influência do ‘fique em casa’; e o desencarceramento, claro,
não poderia faltar.
Tecem inúmeras críticas aos Estados onde aumentou o número de encarcerados, mesmo tendo diminuído os índices da criminalidade violenta... porém, seria até hilário, não fosse um tema sério, rasgam elogios para a situação no Amazonas, um dos poucos onde os crimes aumentaram no quadriênio - registrou em 2021, 39,1 mortes por 100mil habitantes -, quando elogiam: “a queda do número de pessoas presas dentro das unidades prisionais de Manaus (que concentram cerca de 75% do total estadual) e o acréscimo do número de pessoas em regime semiaberto ou em prisão provisória sob monitoramento eletrônico (tornozeleiras), cerca de 40% da população carcerária atual (fl. 58)”.
Será
que em algum momento pararam para pensar que pode tal liberalidade ser causa e
não solução. No Brasil os índices de reincidência são estimados entre 65 a
70%... Buscaram analisar quantos destes que deveriam estar presos e, de uma
forma ou outra, a piada da tornozeleira, o semiaberto ou aberto, estão soltos,
reincidiram??? Quantos dos delitos praticados poderiam deixar de ocorrer caso
estivessem recolhidos??? Não estes dados não interessam, embora possam
surpreender, como apontei na crônica com o título: “Por
vezes é triste ter razão[7]”.
Percebem,
essa perniciosa ONG, regada a dólares influi há tempo demasiado, negativamente, na formação de políticas
públicas de segurança no Brasil que levaram ao verdadeiro democídio vivenciado
nas últimas décadas. Não satisfeita, quer agora ingerir nas eleições, ou seja,
no futuro do Brasil!.. INACEITÁVEL...
Encerro
com uma citação que bem descreve a tática usada, e para a qual colaboram
ativamente há 15 anos:
“Transformar
o aparato policial e o sistema prisional do país em espantalhos, para em
seguida denunciar-lhes a ineficácia e promover sua aniquilação é uma
monstruosidade digna dos piores psicopatas. È algo que vem sendo feito de
maneira sistemática pelo estamento brasileiro, com um custo de 60 mil vidas por
ano.” Pessi e Giardin.[8]
Que Deus tenha piedade de
nós!...