UM SOPRO DE ESPERANÇA...
Vamos torcer!
UM
SOPRO DE ESPERANÇA... VAMOS TORCER...
“... Não
se podem desconsiderar as críticas, em vozes mais ou menos nítidas e intensas,
de que o Poder Judiciário estaria se ocupando de atribuições próprias dos
canais de legítima expressão da vontade popular, reservada apenas aos Poderes
integrados por mandatários eleitos. Em referência a tal juízo de censura, é
comum o emprego das expressões “judicialização da política” e “ativismo
judicial ... o Supremo Tribunal Federal
não detém o monopólio das respostas – nem é o legítimo oráculo – para todos os
dilemas morais, políticos e econômicos de uma nação. Tanto quanto possível, os
poderes Legislativo e Executivo devem resolver interna corporis seus próprios conflitos e arcar com as consequências
políticas de suas próprias decisões. Imbuído dessa premissa, conclamo os agentes políticos
e os atores do sistema de justiça aqui presentes para darmos um basta na
judicialização vulgar e epidêmica de temas e conflitos em que a decisão
política deva reinar.” Luiz Fux, discurso de posse no STF.
Todos que acompanham minhas crônicas, as quintas-feiras, sabem o quanto nos últimos dois anos, de forma respeitosa, critiquei a atuação de nossa Suprema Corte, expressando, possivelmente, o sentimento que permeia grande parte de nossa sociedade. Críticas calcadas, principalmente, nos equívocos apontados nos trechos da fala do Ministro Luís Fux ao tomar posse semana passada como Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Realmente, a leitura e análise do Ministro são
corretas, a Sociedade brasileira não é contra o Poder Judiciário e a Suprema
Corte – órgãos que sempre mereceram o respeito do Cidadão brasileiro – mas, não
aceita mais o desmesurado desvirtuamento das suas funções constitucionais, com
contínuas e descabidas interferências em outros poderes – na grande maioria
efetuadas em decisões monocráticas, que expressam muito mais a insatisfação do
dono da caneta com a opção adotada pelo povo brasileiro nas urnas, nas últimas
eleições, que o verdadeiro sentir do Tribunal.
A desnecessária e descabida “judicialização
da política” e o “ativismo judicial” que a permite ocasionam no povo brasileiro
um sentimento de frustração que o leva à insatisfação demonstrada, porém, não
aceita democraticamente pelo STF - vide a instauração dos inquéritos das Fake News e dos atos antidemocráticos –o
objeto investigado, em ambos, é a insatisfação do povo brasileiro que acreditou
na Constituição Federal quando estabeleceu que nossos Poderes, embora
harmônicos, eram independentes.
Legítima a frustração do povo brasileiro. Dormiu sonhando, após a nova carta
constitucional, que - embora com percalços, avanços e retrocessos comuns a
qualquer democracia - sua voz seria ouvida e sua orientação, posta nas URNAS,
teria algum valor, mas acorda no meio de um pesadelo, no qual partidos
derrotados acorrem à Corte Suprema que os atende e passa a dirigir o País no
lugar do Executivo e a criar leis no lugar do legislativo, em um verdadeiro governo de não eleitos.
Não
concordo, é claro, com todas as ideias contidas no discurso de posse. Algumas, já apontadas por outro cronista aqui
da Tribuna, são equivocadas, mas,
hoje resolvi falar das coisas boas.
Poder-se-ia, nessa altura do texto, questionar
é só mais um discurso bonito ou está, realmente, imbuído em cumprir o afirmado.
Nesse aspecto destaco outro trecho: “não economizarei esforços
para manter a autoridade e a dignidade desta Corte, conjurando as agressões
lançadas pelos descompromissados com a pátria e com o povo do nosso país. Esses corruptos de ontem e de hoje é que são
os verdadeiros responsáveis pela ausência de leitos nos hospitais, de saneamento
e de saúde para a população carente, pela falta de merenda escolar para as
crianças brasileiras e por impor ao pobre trabalhador brasileiro uma vida
lindeira à sobrevivência biológica”.
Pois
bem, em seu
primeiro ato como Presidente do Conselho Nacional de Justiça – função cumulada -
demonstra o intento de cumprir o prometido, pois embora haja mantido por mais
90 dias (correto seria a revogação, mas aí seria esperar demais) a recomendação
n.º 62 do CNJ – aquela sobre os presos e o Covid - pelo menos excluiu
a possibilidade de concessão a presos condenados por organização criminosa, lavagem
de dinheiro, corrupção, crimes hediondos e violência doméstica.
Esse tipo de atuação, com certeza, é
merecedor dos aplausos e não dos apupos da população brasileira. VAMOS TORCER.
Continue assim, deixe a democracia fluir no seu ritmo normal, cada um na
função determinada pelos verdadeiros detentores do poder, o POVO.
Aliás, parece que algumas nuvens começam a
deixar o céu, permitindo o pequeno vislumbrar de um futuro mais cristalino...
Não ficaremos parados ou calados só esperando – faremos tudo que está ao nosso
alcance – mas, não custa torcer, afinal novembro é logo ali (quando um Ministro
irá fruir a merecida aposentadoria) e fevereiro não está muito longe (mês da
renovação da Presidência das casas legislativas).
Até lá, vamos parodiar o torcedor
Americano...
“Hei de torcer,
torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida “brasileira” é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração” Hino do
América/RJ, letra de Lamartine Babo. (Na: substitui ‘americana’ por
‘brasileira’).
Silvio
Miranda Munhoz, cronista do jornal Tribuna Diária, membro do
MP pró-sociedade e do MCI (Movimento de combate à impunidade).
Olá!
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