O CONSERVADORISMO
É preciso resgatar a essência de nossa sociedade.
O direito romano, a filosofia grega e a moral cristã são os
três pilares sobre os quais se sustenta a educação ocidental. Foi por meio dos
ensinamentos da cultura grega, das normas do direito romano e da moral judaico-cristã
que a civilização do ocidente se orientou e conduziu, até a atualidade.
Na Grécia antiga, os cidadãos eram
educados com vistas ao seu aprimoramento pessoal, a fim de que dessem sentido
às suas vidas, exercitando suas virtudes. Desde muito jovens, os que recebiam
educação formal, eram introduzidos na arte da guerra, na filosofia, nas
ciências e nos idiomas, para aperfeiçoarem seu caráter e seus talentos, e
desempenharem suas funções com honradez.
Séculos
depois, os romanos, baseando-se na tradição, nos costumes e no direito natural (que é aquele que precede
o homem, é anterior ao seu nascimento), compilaram um conjunto de diretrizes
para a convivência em sociedade, com as punições correspondentes, para aqueles
que as desrespeitassem.
Do mesmo modo, a Igreja teve papel fundamental na formação intelectual do clero, bem como nos ensinamentos passados aos cristãos. Após o fim da era grega e a queda do império romano, sucessivamente, o que restou, à humanidade, como fonte de saber e formação moral, foi a orientação advinda da Igreja, durante muitos séculos.
O saber intelectual e moral, perpassado de geração em geração, os ensinamentos do cristianismo e a cópia e reprodução dos grandes clássicos, para que pudessem ser usufruídos pelos homens, somente foram possíveis graças à abnegação e à dedicação de muitos homens, e à convicção da essencialidade do conhecimento, para a perpetuação da civilização.
As lições de
história, filosofia, mitologia e religião eram um porto seguro para a humanidade,
e a base da formação dos cidadãos, perpassadas de geração a geração, como forma
de difusão do conhecimento, por parte dos membros das classes mais abastadas,
os quais sabiam ler e escrever, e preservavam-no.
Nunca houve,
na História da civilização, acesso a tanta informação, por tantas pessoas, como
hoje. Todo tipo de saber está disponível, sob a forma de livros, aulas,
palestras, vídeos, áudios, mídias, redes sociais, escolas, universidades, e
tantas outras fontes. Ao mesmo tempo, jamais se viu tamanha crise de valores
morais e éticos, e tantas pessoas vazias, alienadas, com desprezo pela cultura
e pelos livros. Onde foi que erramos?
Creio que a
resposta para essa pergunta está no tipo de valores que se tornaram
importantes, para a sociedade. No mundo ocidental, que conforme visto acima,
foi o mais beneficiado por fontes de saber infinitas, houve, por outro giro, a
perda do sentido da vida.
O que, na
Grécia antiga, era ensinado e perseguido como objetivo- o saber como fonte de
autoconhecimento e de descoberta do propósito de vida- foi absolutamente
banalizado pelas gerações modernas, talvez em virtude da facilidade da vida nos
novos tempos.
Se até
meados do século vinte, não havia garantias de vida longa e próspera para
nenhum ser humano, em decorrência de sucessivas guerras, da fome, da escassez e
das vicissitudes do cotidiano, com o fim da segunda guerra mundial, o que se
passou a buscar foi estabilidade, segurança, poder e prazer.
O
conhecimento, como ferramenta para melhor sobrevivência no mundo, tornou-se
despiciendo, uma vez que sobreviver tornou-se algo natural, tendo deixado, a
tragédia e a fatalidade, de integrar a cena moderna. Se tempos difíceis formam
homens fortes, tempos de facilidades extremas tornam as pessoas fracas,
superficiais. E foi isso que começou a se delinear, a partir da década de 60,
do século XX.
Os
movimentos pela liberação das drogas, em defesa do feminismo, em prol do sexo
livre, contra o conservadorismo, e tantos outros, que despontaram no mundo
ocidental, traziam em sua essência, não apenas o combate a regras sociais, mas
uma aniquilação da própria sociedade pré-estabelecida.
Se a
sociedade passou a ser vista como uma farsa a ser combatida, posto que engessava
seus membros e não permitia que as pessoas tivessem liberdade de escolha, no
âmago dessa desconstrução surgia algo muito destrutivo e pernicioso: a falta de
valores sólidos.
Se não há
valores a serem preservados, e o que se deseja é criar uma nova era, as
instituições precisam ser destruídas, para que o fruto das novas gerações seja
algo novo, inédito. E onde não há o que preservar, não podem existir cultura e
história a se valorizar, porque são a tradição e os costumes que fazem com que
sejam valorizadas, respeitadas e preservadas a família, a moral, a religião e
as regras sociais.
Com a
desconstrução dos valores essenciais norteadores da civilização, emergiram
gerações de indivíduos desconectados das tradições e da história, do que é
justo, bom, correto, virtuoso. Os propósitos de vida foram substituídos pelo
imediatismo. Os valores morais foram substituídos por desejos efêmeros. A luta
pelos ideais foi trocada pelo prazer.
Os indivíduos não sabem quem são, não
encontram seu lugar no mundo. O ser humano está perdido, confuso, deprimido e
sem objetivos. É preciso resgatar a essência de nossa sociedade. Isso só pode
se dar através da história e da cultura, dos grandes exemplos, dos heróis e dos
sábios do passado.
Ser conservador não significa querer
que as coisas nunca mudem, mas sim
preservar as coisas boas que a humanidade nos deu. É buscar nas três
fontes primárias, que nos foram reveladas pelos gregos, pelos romanos e pela
Igreja, a razão de ser da civilização. Não existe povo sem memória. A tradição
é um farol, que guia os passos dos homens em sentido ao aprimoramento moral e
cultural.
“O
conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com
facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente destruídas,
mas não são facilmente criadas. Isso é verdade, sobretudo, em relação às boas
coisas que nos chegam como bens coletivos...” Sir Roger Scruton – Como ser um Conservador.
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