Fake News...
A CRÔNICA DO CALOTE ANUNCIADO
E a conta é paga por quem?
“Em que e em quem acreditar? Como descartar a parcialidade das versões e
‘o espelho quebrado da memória’ dos envolvidos.” Crônica de uma morte anunciada.
Gabriel Garcia Marquez.
Lembrei-me da frase da célebre obra do ganhador do
prêmio Nobel da literatura de 1982, Gabriel Garcia Marquez, por conta da
inflação atual das chamadas agências de
checagem de fatos e daquilo que imputam como Fake News, com isso cancelando manifestações em redes sociais,
apagando livres manifestações do direito de expressão, reconhecida em nossa
Constituição Federal e em Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Como
disse o Procurador da República Ailton Benedito[1]violando
direitos fundamentais de cidadãos.
A inflação de checagens ocorreu, nos últimos
tempos, em virtude de dois fatos: o surgimento da pandemia e suas várias decorrências
(eficiência ou não de isolamento, caso eficiente, qual o melhor tipo horizontal
ou vertical, utilização de máscara, necessidade de vacinação e, mormente,
comprovação ou não da eficiência do medicamento hidroxocloroquina e os demais
remédios que compõem o protocolo de tratamento precoce, recomendado pelo Ministério
da Saúde); e, igualmente, a imputação feita pelo Presidente dos EUA acerca de
fraude na eleição de seu País.
Quanto à fraude imputada, aqui de longe, não
há como afirmar a ocorrência, principalmente, sem conhecer as provas que a
sustentam ou não. Porém, o uso do cachimbo entorta a boca, diz o velho ditado,
e como um antigo Promotor (34 anos de combate ao crime) sempre que ouço falar
em fraude, tenho uma certeza inabalável,
deve ser investigada. Se será provada, é outra história e, caso provada, se
será suficiente para reverter o resultado é outra mais longa ainda e ambas
deverão ser decididas pela Justiça Americana.
Nesse panorama, tachar qualquer das possibilidades de falsa é temerário.
No tocante à pandemia, posso afirmar uma
coisa, com a certeza de quem viveu a história de perto, a utilização do tratamento precoce foi politizada pela
singela razão de haver sido o Presidente da República o primeiro a
indicá-lo. Vivenciei a situação de estar
ao lado de alguém que contraiu o vírus e estava muito mal, cheguei a temer o
pior, iniciado o tratamento precoce o
resultado foi espantoso, tudo se iluminou, como diziam os antigos, parecia que o mal havia sido tirado com as mãos[2]. Só lamento o sofrimento dos brasileiros que,
por conta dessa politização, não consigam obter acesso ao protocolo recomendado
pelo Ministério da Saúde.
Dito isso, voltemos às agências de checagem
de fatos.
Em quais delas e em que ponto do que dizem,
podemos acreditar? Podemos descartar a possibilidade de sua versão (fake news ou não) estar contaminada pela
parcialidade de seu viés político? Pode ser sua versão prejudicada pela
falibilidade da memória, nada mais humano.
Questionamentos idênticos aos feitos no célebre livro.
Para
buscar responder vamos analisar uma antiga checagem feita em 2018. Na época, abril daquele ano, estávamos nos
primórdios da campanha presidencial do Brasil e viralizavam, em todas as redes
sociais, notícias que o Brasil, nos anos de domínio da esquerda emprestara
dinheiro, via BNDES, para governos não tão democráticos (embora assim se
nominem) de amigos como Venezuela e Moçambique.
As notícias diziam que o calote era irreversível.
Uma das chamadas agências de checagem dos
fatos brasileiras[3]
(omito o nome para não fazer propaganda) correu para afirmar, em matéria
publicada em 18/04/2018, que as notícias eram falsas, não foram os Governos,
mas o BNDES – as notícias sempre afirmaram isso -; que o Brasil não era o fiador da dívida; e que se acontecesse o
calote não seria o Tesouro Nacional quem pagaria a conta, pois o garantidor era
um fundo existente no Banco que fizera os empréstimos, chamado FGE (fundo de
garantias às exportações).
Estavam certos? Ou essa análise possuía algum
viés ideológico ou algum trincado no espelho da memória?
Errados, e isto ficou provado em menos de um
mês, quando o Congresso Nacional, pressionado pelo Governo – o anterior[4]
- aprovou o crédito suplementar de R$ 1,16 bilhões de reais através da Lei nº
13.659 de 07/05/2018. Com que finalidade? Cobrir o rombo do calote deixado por
Venezuela e Moçambique que não honraram suas dívidas...
Sabe, aquela dívida que era com o Banco, e o
Brasil não era o fiador e tinha um
fundo próprio para a quitação em caso de calote segundo a agência de checagem dos fatos, sim aquela mesma!..
Como visto, eu não confiaria nas agências de
checagem de fatos, nem nas brasileiras nem em qualquer outra, pois, pelo visto
predomina o viés ideológico, além de quebrado o espelho da memória, pois não
lembro após a promulgação da Lei de virem a público reconhecer o erro!..
Ao fim e ao cabo, respondo a pergunta usada
como subtítulo, que não era simplesmente retórica, não. E a conta é paga por
quem? Pelo TRABALHADOR BRASILEIRO, pois esse R$ 1.16 bilhão saiu do Fundo de
Amparo ao Trabalhador - Seguro Desemprego.
“A
verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar
dela, mas no fim; lá está ela.” Wiston Churchill.
Que Deus tenha piedade de nos!...
Silvio
Miranda Munhoz
cronista da Tribuna Diária, membro do MPPS
(associação do Ministério Público Pró-sociedade) e do MCI (movimento contra a
impunidade).
[1]https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi6tafCkPvsAhUELLkGHTD5AMAQglR6BAgHEAk&url=https%3A%2F%2Ftwitter.com%2FAiltonBenedito%2Fstatus%2F1326495556747857920%3Fref_src%3Dtwsrc%255Egoogle%257
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