A REFORMA DA LETRA DO HINO – PURO MÉTODO...
o hino fala em povos, não em raça, e é “necessário conhecer a História para entender que muitos povos virtuosos foram escravizados ao longo dela
“Daqui
a pouco, a nossa história não terá datas nem nomes, nem batalhas, nem
episódios. Só terá ideologia – a rígida ideologia totalitária que os comunistas
querem impor à juventude”. Sandra Cavalcanti[1]
Causou grande celeuma o episódio da posse da Câmara
de Vereadores de Porto Alegre, quando alguns edis, que assumiam, negaram-se a
cantar o hino riograndense, pois seria racista por conter o verso “povo que não
tem virtude acaba por ser escravo” e, poucos dias depois, segundo notícias, um
Deputado – do PT é lógico, alguém surpreso? - entrou com projeto de lei para
alterar a letra do hino[2].
Confesso que pensei, inicialmente, em nosso
patrono da educação, cujo sistema para alfabetizar não passava de “suposto
método milagroso de alfabetização cantado em prosa e verso para justificar a
utilização de processos revolucionários e subversivos junto aos adultos
analfabetos[3]” e que, sabidamente,
embora aprendam a ler, não conseguem interpretar corretamente os textos, fato
já constatado quando foi exportado e aplicado em alguns países da África:
“dentre os 26.000 alunos envolvidos no processo de alfabetização, não se podia
contar com nenhum a ser considerado como ‘funcionalmente alfabetizado”,
pois quando eram “questionados sobre o que eles estavam lendo e escrevendo, a
compreensão era nula: eles não podiam entender nada”.[4]
Não é necessário ir muito longe, pois os
resultados desastrosos do Brasil no PISA comprovam, sendo que no último exame:
“apenas 2% dos jovens brasileiros alcançaram níveis altíssimos de compreensão
em leitura, no qual são capazes de entender textos mais longos e ideias
contraintuitivas ou abstratas[5]”. Ou seja, a grande
maioria dos estudantes brasileiros não consegue interpretar, corretamente, um
texto... Consequência lógica da utilização, por décadas, desse método que visa
politizar e ideologizar, não educar.
O pensamento me ocorreu, porque há grosseiro
erro de interpretação, o hino fala em povos, não em raça, e é “necessário conhecer a História para entender que muitos povos virtuosos foram
escravizados ao longo dela: Judeus, Eslavos, Africanos e
outros. Muito triste. Mas é ela que nos mostra também que o povo que abdicar
das virtudes, que for submisso, que aceitar o fim das Liberdades sem reclamar
será escravizado voluntariamente, sem qualquer resistência”.[6] Nenhum povo foi mais
perseguido – com várias tentativas de extermínio – e escravizado na história
que o povo judeu. Alguém acha mesmo que
não sendo virtuoso ainda existiria e, mais, criaria um País próprio?
O próprio exemplo do Rio Grande do Sul – que
desenhou nossas fronteiras com Uruguai e Argentina a pata de cavalo e ponta de
lança e, depois, quando tentaram escravizar não física, mas materialmente, pois
o Governo Central nada concedia e, em contrapartida, aumentava cada vez mais os
impostos, reagiu e sustentou um confronto de 10 anos contra o império - demonstra
o conceito do hino.
Entretanto, por ser tão grosseiro o equívoco
comecei a pensar na outra hipótese: a dos neo- iconoclastas que, “por entenderem
que muitos monumentos, estátuas e obras de arte refletem um passado pecaminoso,
colonialista, escravocrata ou seja lá o que for, não merecem existir”[7]. Em síntese, a aplicação efetiva, continuada e metódica de
táticas desenvolvidas na guerra cultural que vivemos, para fazer verdadeira
engenharia social. Apagando da mente dos
mais jovens tudo aquilo, todos os conceitos básicos que forjaram nossa
civilização.
Não percebem, pois usam antolhos, que a
remoção ou mudança de significado de palavras não resolve o problema, passar a
chamar a pessoas negras de ‘afrodescendentes’ não apaga o fato de que existiu
escravidão e a existência, ainda hoje, de racismo, com maior ou menor
intensidade, em vários lugares do mundo... O fato de destruírem estátuas de
descobridores -colonialistas – não apaga o fato de que a América foi descoberta
por Cristovão Colombo e o Brasil por Pedro Alvares Cabral, ou seja, só
demonstra o desprezo que possui quem assim age por nossa história, nossa
cultura, nosso passado, bem retratada na frase que usei como epígrafe da
crônica...
Pior, não percebem que precisamos estudar o
passado, para bem aferir os erros e acertos e forjar um presente descartando
àqueles e privilegiando estes, pois só assim será possível planejar um futuro melhor. Os acontecimentos
do passado devem “correr como águas caudalosas do tempo, modelando a paisagem
do presente. Se não pudermos compreendê-los, teremos falhado com as futuras
gerações”[8].
Dentro desse contexto é que, na Alemanha, foi construído o Museu (memorial) do Holocausto. Alguém há de perguntar o porquê de se construir algo que lembre o maior crime, as maiores atrocidades já presenciadas pelo Ser Humano. Exatamente para que jamais esqueçamos o terrível exemplo e, não o olvidando, nunca mais o homem deixe que se repita. Quando esquecemos os exemplos do passado é muito provável que ocorram de novo, exatamente por não guardarmos seus horrores em nossas memórias. Apagar a história, seja qual forem as razões, é um equívoco incomensurável!..
Por isso peço aos Deputados Gaúchos: digam
não à tentativa espúria de mudar
nosso Hino, pois é só a aplicação do método utilizado pela esquerda, na guerra
cultural marxista, que está em plena vigência no Brasil, hodiernamente. Não deixem
isso acontecer!... e cantemos a
plenos pulmões, pois nosso hino está correto: povo que não tem virtude,
acaba por ser escravo!...
“É
impossível falar ao coração, à consciência profunda dos indivíduos que trocaram
sua personalidade genuína por um estereótipo grupal ou ideológico. Diga você o
que disser, mostre-lhes mesmo as realidades mais óbvias e gritantes, nada os
toca. Só enxergam o que querem”. Olavo de Carvalho[9].
Silvio Miranda Munhoz.
Cronista da Tribuna Diária,
Presidente do MP Pró-sociedade e integrante do MCI (Movimento contra a
impunidade). As ideias contidas na
crônica representam, única e exclusivamente, o pensamento do autor.
[2]https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjj0eO8lKPuAhX2IbkGHeh6BG4QFjAAegQIARAC&url=https%3A%2F%2Frevistaforum.com.br%2Fdireitos%2Fdeputado-apresenta-projeto-para-mudar-trecho-considerado-racista-no-hino-do-rio-grande-do-sul%2F&usg=AOvVaw0aqSAX0wd7f5a2T-ENDvd9
[4] DIAS, Pe. Cléber
Eduardo dos Santos. In Paulo Freire:
educação popular, religião, teologia da libertação de inspiração marxista.
Inserto na coletânea organizada por Thomas Giuliano; Desconstruindo Paulo
Freire, págs. 207 e 209.
[5]
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwi10-KYmKPuAhVeHrkGHfLVBIwQFjABegQIAhAC&url=https%3A%2F%2Fwww.bbc.com%2Fportuguese%2Fbrasil-50606790&usg=AOvVaw29oWCg-GnKOAXmMP_gmTEJ
[8] Guimarães, Sileno
Cezar. In nota de orelha do livro
História Depedrada: Delírios Marxistas Sobre a Inconfidência Mineira de Aarújo,
Rogério Silva.
SILVIO MUNHOZ - ESTATÍSTICA E IDEOLOGIA
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RÔMULO PAIVA FILHO - BORBULHAS ITALIANAS
DIOGO SIMAS - LIBERAIS?
ANTONIO CERQUEIRA - O SORRISO FÁCIL DE UMA ALMA PERVERSA E DEPRAVADA.
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