Evolução do material bélico moderno
TARGET
Muito se tem falado sobre uma guerra envolvendo o
Brasil. E muitas pessoas me questionam sobre os motivos e até mesmo a relação
de custo-benefício na alteração do armamento operado com munição 7.62x51mm NATO
pela munição 5.56x45mm NATO nos fuzis e na alteração da famosa munição .45ACP
para 9mm Parabellum para as pistolas.
Muito bem, as questões aqui são de dois tipos, financeiras e logísticas.
Tentarei colocar ambas em perspectiva.
É verdade que o fator econômico é, algumas vezes,
decisivo para o ingresso do Exército em uma guerra, mas é esse mesmo fator
financeiro o essencial para o mantenimento deste mesmo Exército em perfeita
operacionalidade.
Por exemplo, nas guerras da antiguidade sabemos que
água e comida eram fatores predominantes, sendo a comida um fator complexo, já
que alimentos iniciam sua decomposição em poucos dias ou até mesmo horas. Já no
caso da água, muitas vezes, nos locais onde as guerras ou cercos eram travados,
não havia água potável. Já nos dias atuais as rações de combate eliminam parte
desse problema, com datas de validade de meses e em alguns casos com sistema de
auto aquecimento, criado por reações químicas entre dois gases específicos
contidos na embalagem da ração de combate.
Nas ultimas décadas vemos uma modernização do equipamento bélico, seguida de uma alteração em seus calibres, conforme comentei acima, e essa alteração está diretamente ligada a custos diretos e indiretos na cadeia de suprimentos da indústria bélica.
No caso das munições, quero aqui demonstrar uma simulação onde vemos claramente a diferença de peso carregado pelo soldado nas Variações abaixo descritas:
Fuzil IMBEL
PARAFAL - 7.62 x 51 NATO
Fuzil
IMBEL calibre 5.56 x 45 NATO
Na tabela comparativa acima, percebemos que na configuração atual, utilizando a arma Beretta M9 ganhamos um acréscimo de 32 disparos na arma backup e ainda temos uma redução de aproximados 4 kg. por carga a ser levada pelo combatente. Não podemos esquecer que essa redução de carga representa uma redução na fadiga direta do combatente assim como uma menor necessidade de reposição de água, minerais e alimentos, devido à consequente redução de queimas calóricas e de energia.
Não podemos esquecer que a bagagem de um combatente,
além de armas, tem equipamentos de defesa e de sobrevivência para o campo de
batalha. Em geral, essa carga está em torno de 30 quilos, portanto uma redução
de 4 quilos representa uma redução de 13%, valor altamente significativo.
Gostaria agora de chamar a atenção para um olhar ainda
mais amplo, pensando como essa já significativa redução poderia representar em
caso de uma guerra e o impacto sobre uma cadeia de suprimentos.
Numa situação de guerra cada pequeno recurso financeiro
ou material é primordial, e o fator transporte se une a essa matemática criando
complexos planejamentos de como uma nação pode abastecer o mais rapidamente
possível seus combatentes, sem deixar que haja falta de nenhum recurso
material, o que garante a direta sobrevivência de seu exército, além do
possível êxito do mesmo.
Abaixo faço mais uma tabela baseada nessa redução descrita acima, porém com olhar amplo e visando suprir não somente um único combatente, com comparativos, e mais abaixo onde esse ganho poderia ser repotencializado, visando manter a cadeia de suprimentos sempre abastecida no campo de combate.
1 Regimento |
2000 |
combatentes |
Redução de carga |
7582 |
kg |
1 Batalhão |
1000 |
combatentes |
Redução de carga |
3791 |
kg |
1 Companhia |
250 |
combatentes |
Redução de carga |
948 |
kg |
Numa situação real de guerra um único regimento, talvez, seria pouco dependendo da magnitude do conflito, porém, se calcularmos o reaproveitamento destes 7582 kg. de carga, poderíamos nesta configuração transportar até três HMMWV (High Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle; colloquial: Humvee) ou até mesmo um obuseiro M114 howitzer com sua respectiva munição.
Lembro ainda que no caso de movimentações de tropas e insumos por via aérea podemos ainda dizer que esses mesmos 7582 quilos são 21% da carga útil de decolagem de um cargueiro Lockheed C-130 Hercules, cuja carga máxima útil de decolagem é de 35.900 quilos.
Lockheed C-130 Hercules
Na mesma análise, para o caso do Embraer C-390 Millennium esses 7582 quilos representariam 29,16% da carga útil de decolagem.
Embraer C-390 Millennium
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