A TUTELA JURÍDICA DA MENTIRA
A Verdade, coitada, já não tem o mesmo prestígio de antes...
A Verdade, coitada, já não tem o mesmo prestígio de antes...
Quem diria?
O ramo do conhecimento humano que se
dizia mais apegado às virtudes, o Direito, depois de milênios de evolução,
acolheu em seus braços a rainha dos vícios. Sim, ela, a Mentira.
Desde que Moisés desceu do monte com um escrito em pedra gravado com, entre outras coisas, 'não dirás falso testemunho contra o teu próximo' especulava-se que nunca haveria conciliação entre o Direito e a Mentira. Afinal, sem a companhia da Verdade, inimiga da Mentira, como o Direito chegaria a resultados justos?
Mas a Verdade, coitada, já não tem o
mesmo prestígio de antes. Os jurisconsultos contemporâneos limitaram a sua colaboração com o Direito.
O problema é que, com frequência, a
Verdade não convém. E o costume em voga, imposto por mentes elevadas e
iluminadas, é que a Verdade só pode servir de amparo ao Direito quando for
conveniente.
A Verdade, com sua grosseira sinceridade, já é vista com desconfiança em ambientes sofisticados e prudentes. Afinal, ela machuca, expõe, desagrada, contraria e derruba narrativas.
A Mentira, ao contrário, sabe ser
conveniente. E como sabe. Tem grande habilidade de falar o que agrada aos
ouvidos mais sensíveis.
Só que nessa história toda, de novas
parcerias e antigas amizades desfeitas, quem saiu de banda foi a Justiça, que
nunca suportou a Mentira.
Thiago Dias da Cunha
Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul
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