ALTA CULTURA - GRANDES NOMES DA MÚSICA CLÁSSICA BRASILEIRA
Brenno Blauth e o Abismo Moderno
Brenno Blauth e o Abismo Moderno
O conceito confuso da evolução deixou no homem moderno a falsa
impressão de que ele era o “bicho-da-goiaba”, o espertão mor que veio para
coroar a criação divina. Em algum lugar no fundão obscuro de nossa absoluta
falta de discernimento e autocrítica, abrigamos a vaga impressão de que Mozart
vivia numa árvore e comia bananas. Acreditamos realmente que as traquitanas
eletrônicas que compramos pela internet nos fazem mais inteligentes, e que o DJ
da música eletrônica é mais desenvolvido intelectualmente do que qualquer
filósofo grego, porque eles não usavam telão nem tinham eletricidade. Existe
nisto um mecanismo sórdido criado para estimular o consumo: o chamado
“gatilho-emocional”, que produz uma sensação de bem-estar a cada vez que você
paga por algo novo. Talvez, se mudar um pouquinho de perspectiva, acabe se
dando conta de sua semelhança com um rato gordo de laboratório, constantemente
apertando o botão na jaula em troca de guloseimas. A verdade é que temos nossa
Inteligência degradada pela falta de relação com o mundo real, cercados pela
zona antropomorfizada, no alto de um apartamento, prostrados ante a fantasia
alheia projetada pela televisão e recebendo comida pronta em casa. Aprendemos a
valorizar demais nossa própria opinião e evitamos contrapô-la com a realidade.
A música é formada por um conjunto de vibrações que respondem
umas ás outras, formando um “enredo místico”, um drama com começo, meio e fim.
As notas devem ser afinadas para que multipliquem ondas concêntricas, o nome
disto é harmonia, e é uma ciência sagrada, a mais alta esfera matemática da
oração. Como círculos projetados sobre um lago ao atirar uma pedra. Me diga
como você poderia saber, se não houvesse nunca visto um lago de águas calmas fora
da telinha? Talvez você ainda não esteja bem preparado para atirar uma pedra no
monitor ao ver uma foto de um lago. Eu falei em autocrítica? Saiba que este é o
conceito chave para o entendimento de toda a esfera progressista, quero dizer a
falta dela. Nosso compositor de hoje esteve nas duas pontas deste dilema:
Brenno Blauth compôs coisas simples e belas, como “Passárgada” para flautas
doces, e também cometeu absurdos sonoros, imperdoáveis expressões de vaidade em
seu sentido mais sujo. Os santos budistas tem seus olhos fechados, procuram a
verdade sem olhar para o mundo em volta, acreditando que negar o mundo é se
encontrar; mas os santos católicos tem olhos bem abertos, procuram no mundo a
resposta para o amor divino. Por isso a caridade neles é verdadeira. Fomos
feitos para amar o que é diferente de nós.
A música aleatória e o dodecafonismo não foram feitos através do amor. A teoria da evolução plantou a semente do mal, vamos serrar o pé e queimar as sementes. Se aprendemos por meio da experiência material, porque deveríamos ser mais intelectualmente preparados que os antigos, vivendo isolados no coração negro do desencanto, presos no fundo de uma caverna, conhecendo a realidade apenas pelo reflexo que as sombras refletem na parede? Vamos escutar um lindo concerto para oboé e redescobrir a beleza da música brasileira, mas, quando a música terminar, vamos nos encher de novos sonhos, desligar a máquina e sair pelo mundo, para longe da cidade, para a vida real!
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