ALTA CULTURA - GRANDES NOMES DA MÚSICA CLÁSSICA BRASILEIRA
Guerra Peixe e o Movimento Armorial
Guerra Peixe e o Movimento Armorial
O movimento
armorial foi uma ideia genial de Ariano Suassuna, com o objetivo de promover
uma alta cultura nordestina aproveitando motivos folclóricos. Atuaram em
diversas frentes de forma organizada. Gravuras, composições, porcelanas,
dramaturgia, dança, cinema e muita literatura regional, inspirada pelas
manifestações típicas da arte popular, mas bem representada através autores
cultos. Armorial significa “brasão de armas”, estandarte, coisa emblemática,
criada para figurar como bandeira nordestina no universo imaginário da
humanidade. Quando nos lembramos de um povo, é através de sua arte. Deixemos de
lado aquele papo furado de antropólogo que valoriza qualquer primitivismo
manifestando um amor incondicional pela falta de perspectiva. Não é disso que
se trata aqui, mas de uma verdadeira arte erudita, que deve se tornar capaz de
transmitir para a mente o retrato daquelas vidas, mas visto através de um
prisma mais profundo.
Bem fácil aqui ser mal-entendido,
vivemos em uma ótica desfavorável à compreensão; nossa língua está amarrada por
palavras caídas e nossa mente poluída. Convém reestruturar a mente, transcender
o óbvio e se reinventar com boa arte e boas leituras. Ariano Suassuna entendeu
isto e exemplificou com o “Auto da Compadecida”, e Cézar Guerra-Peixe fez o
mesmo com sua “Orquestra Armorial”. Mais um compositor que desceu ao inferno
dodecafônico, para ressuscitar sua arte em 1975, gravando este belo trabalho
modal que junta viola nordestina, rabeca, marimbau, caixa-clara e pífanos, com
a orquestra de câmara.
Os movimentos
culturais com raízes folclóricas e mentes cultas são o cimento de uma cultura,
“música das esferas”, a expressão da harmonia matemática servindo de ponte
entre o mundo inferior e o mundo superior. Isto se opõe firmemente ao artista
pop, que tenta agradar e mudar o mundo ao mesmo tempo, percebe a falsidade?
Para agradar, o artista nada a favor da correnteza, mas para mudar o mundo ele
tem de nadar rio acima. Mais uma falácia da vida moderna que a mídia enseba nas
mentes inocentes. Criaram o rebelde proforma, que finge rebeldia enquanto segue
todas as regrinhas hipócritas do politicamente-correto. O rebelde laranja, o
rebelde bunda-mole que serve de pelego ao politiqueiro banana. O rebelde que
usa máscara e toma vacina. Não caia nessa!
A bagunça está
instaurada; vivemos a visão de Santo Antão do Deserto: “Virá o tempo em que os
homens vão enlouquecer, e quando virem alguém que não é louco vão atacá-lo e
dizer: Tu és louco, tu não és como nós!”. A pop arte é o avesso
da arte. Guerra-Peixe também enlouqueceu, cometeu aquela barulheira no disco
Tropicália. Tem gente zurrando que o disco é um clássico. Não é. Clássico é
esse aqui. “A diferença não está no que você faz com a arte, mas naquilo que a
arte faz com você.” (Olavo de Carvalho). Num mundo dominado pela cultura de
massa, o conservadorismo é a resposta da inteligência contra a degradação da
arte e a deturpação da cultura.
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