UMA PRINCESA VOCACIONADA
Dona Maria Eugenia Monteiro De Barros
Por Dom Evandro Monteiro de Barros Jr, Príncipe e Duque de
Campos dos Goytacazes da Casa Schina
A Família Monteiro de
Barros plantou vinhas e murou terras desde o tempo do rei D. Diniz, edificando
o Reino de Portugal com uma enxada e com uma lança. (Alexandre Herculano)
Dona Maria Eugenia Monteiro de
Barros era princesa de sangue das dinastias de Borgonha, Avis, Stuart e muitas
outras Casas europeias. Neta do Príncipe Dom Lucas Antônio Monteiro de Barros,
Visconde de Congonhas do Campo com Grandeza, filha do Comendador Lucas Antônio
Monteiro de Barros (1812-1868), importante chefe político da Zona da Mata
mineira e bisneta da Princesa de Arpades Drummond, Dona Margarida Eufrásia de
Negreiros da Cunha Matos Monteiro de Barros, e de Dom Manoel José Monteiro de
Barros, patriarcas da família Monteiro de Barros no Brasil. Já pelo lado
materno era neta dos Barões de Piraí e dos Souza Breves.
Segundo Bruno da Silva Antunes de
Cerqueira e Maria de Fátima Moraes Argon, Dona Maria recebeu boa educação e
seguiu a “endogamia dos Monteiro de Barros, a qual produziu os muitos ramos
dessa família mineira […]”.
Dos cinco filhos do casal, […]
duas que desposaram os irmãos Nioac, filhos do Conde de Nioac e aqui
analisados, uma que se tornou Condessa de Montbron (França) pelo casamento, uma
outra que desposou o diplomata Barão Ernest Jules Henri Lacombe de La Tour, e
Carlos Monteiro de Barros Filho (61869-?) - que parece também ter sido conde
papalino e que desposou, em Paris, Olga do Rio Negro (1873-1915), a filha e herdeira
dos Barões do Rio Negro Manoel Gomes de Carvalho Filho (1836-1898) e Emilia
Gabriela Teixeira Leite (1840-1927), todos membros da comunidade brasileira em
França (IDEM).
Dona Maria Eugênia recebeu do
Papa Leão XIII o título hereditário de Condessa Monteiro de Barros devido a
seus serviços de caridade e em prol da Igreja Católica Apostólica Romana.
A Condessa Monteiro de Barros
está intimamente associada à chegada no Brasil das Irmãs de Nossa Senhora do
Sion, congregação voltada à educação das moças da elite.
Os Monteiro de Barros em
Paris e o Imperador D. Pedro II.
“A bordo do vapor francês
Lá Gironde, viajava em companhia da Imperatriz Teresa Cristina e de uma pequena
comitiva, incluindo o príncipe Pedro Augusto, o paranoico filho da falecida Leopoldina
e neto preferido do Imperador; um médico particular, o Visconde de Mota Maia,
que fora pensionista do imperador em Paris; seu professor se línguas orientais
Christian Friedeich Seybold, com quem traduzia As mil e uma noites do árabe
para o português; e seu camarista, desta vez o Visconde de Nioac, que mantinha
residência em Paris”.
“À meia-noite e meia do
dia 21 de julho de 1887, a comitiva do Imperador chegou á Gare D’Austerlitz,
sendo recebida por representantes do governo francês é uma multidão de
brasileiros radicados na França, entre eles, claro, a Condessa de Barral,
ansiosa por rever o amigo Pedro. Está do os aposentos do Grand Hôtel reservados
a partir do dia 22, D. Pedro as duas primeiras noites hospedado no apartamento
de Nioac, no Boulevard Malesherbes, número 88”.
A Casa Monteiro de Barros possui
status de Casa Real e Ducal por suas linhagens estrangeiras e, além disso, é a
mais importante Casa da Nobreza brasileira. O Brasão de Armas consta na página
76A do livro Nobres do Brasil e foi ostentado por todos os membros da família
desde os tempos coloniais alternando-se o elmo sobre o brasão e utilizando-se a
coroa correspondente ao título honorífico de cada um dos titulares.
Consta ainda no referido livro
que: “O Brasão de Armas teve seu processo de registro e confirmação no
Brasil, na Secretaria do Império, pleiteado pela Condessa Monteiro de Barros”.